sexta-feira, 15 de abril de 2011

Desabafo

Quero aproveitar este meu espaço para fazer um desabafo:

Semana passada assisti no programa "A Tarde é Sua" com a apresentadora Sônia Abrão, o relato da mãe e da garota que sofreu os abusos da professora de matemática Cristiane Teixeira Maciel Barreiras, de 33 anos. Fiquei com muitas palavras engasgadas ao assistir o depoimento da menor.

Quando vi a menina dizer que estava apaixonada pela professora e que fez tudo porque quis, lembrei-me de toda a situação que vivi. E é assim mesmo.

O doente (pedófilo), age de tal maneira que faz a criança acreditar que ela consentiu toda a situação. Seduz de forma que a criança fique com medo de perder o convívio com ele e se sentir culpada.

Eu não preciso relembrar o caso da professora com a aluna, até mesmo porque ela está estampada em vários jornais e revistas.

Mas quero deixar claro que está professora está presa porque ela não tem nenhuma influência. Para ser mais claro, não tem um pai que seja juíz.

Quando minha mãe foi à Delegacia de Mulheres denunciar o abuso da Rafaela, ali estava uma mãe desesperada, pedindo justiça. Mas a justiça estava do lado da Rafaela. Minha mãe viu todas as denúncias desaparecerem, as testemunhas se calarem e qualquer tipo de prova que comprovasse o crime da Rafaela sumir.

Infelizmente vivemos num país onde quem tem mais dinheiro e poder prevalece. Depois que lancei meu livro, pareço estar num enredo de um filme bastante absurdo. Todos os dias vejo notícias de professores que estão agredindo seus alunos, professoras que abusaram sexualmente de alunas, de pais que estão agredindo seus próprios filhos enquanto deveriam estar cuidando e amando eles. Todas estas pessoas estão pagando pelos seus crimes. Mas e aquelas que cometem os mesmo atos, mas têm influências na justiça? Será que estas pessoas um dia vão pagar? Ou será que vamos continuar vendo pessoas venderem seu silêncio e colocando a verdade debaixo de panos quentes?

Cansei de ouvir dizer que uma criança tem responsabilidade por seus atos. Uma pessoa precisa estar no limite de sua insanidade para dizer que uma criança, seja ela de 11, 12, 13 ou até de 16 anos de idade, saberia analisar corretamente suas escolhas, principalmente aquelas envolvendo sua sexualidade. E tão criminoso quanto o pedófilo é o adulto que, com a tutela de uma criança, se omite, dizendo acreditar que aquela criança é capaz de realizar tais escolhas.

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